terça-feira, 31 de agosto de 2010

   É insaciável a buscar pela fonte da juventude... entra ano, sai ano, as técnicas são inovadas, a ciência avança, o mercado cresce, os prazos se expandem. Mas, efetivamente, pouco se faz. Não uma fórmula para a juventude. O tempo é cruel, a idade chega, a gente grita, chora, se esconde... até não ter mais jeito. O tempo é cruel. É inimigo da juventude, da beleza clássica, da estética, dos padrões sociais. O tempo é inimigo da ciência, que insiste em superá-lo, correr contra e ir muito além dele. Não há fonte da juventude. É fato!

    Há, entretanto a fonte da completude. Essa, sim, transforma - de fato! É inquestionável, infalível, inexorável... a fonte da completude é o conhecimento! Quanto mais bebemos de tal fonte, mais sedentos ficamos – quanto mais aprendemos, mais queremos saber. O conhecimento é a fonte da completude, por mais que se morra incompleto, já que uma vida não é o bastante para que matemos nossa sede, para que estejamos completos, para que saibamos o suficiente. Vivemos buscando o que nos completa, morremos sabendo apenas o necessário para morrer. Sendo assim, conclui-se que o tempo é o melhor amigo do conhecimento – quanto mais o tempo passa, mais completos ficamos, porque a fonte nos completa paulatinamente, em doses precisas, mas que precisam ser ministradas com suavidade. A avidez e a ganância são inimigas do conhecimento. O processo do saber é lento, precisa ser coordenado, direcionado, lapidado, pois a completude vem repleta de exigências. Afinal, o saber está para quem se dedica a ele, para quem faz dele uma realidade, para quem tem sede do conhecimento inesgotável... o processo do saber não é banal, não é volátil, não é ligeiro. Ele fica, finca, dura, marca, nos move, nos direciona, nos controla. A expansão do conhecimento, aumenta o número de marcas que se carrega ao longo da vida - somos exatamente o que sabemos, o que sentimos, o que escolhemos. O processo do saber forma o ser humano, portanto.






Eis então, que surge o professor – grande ferramenta lapidadora de seres humanos. Se o conhecimento é a fonte da completude, o professor é a trilha que leva até tal fonte. Ele direciona, aponta, ás vezes até puxa pelo braço e leva, ele dá pistas do que encontramos lá, ele ensina como beber da fonte, o que fazer com ela, quais os efeitos causados...o professor é uma máquina que molda seres humanos, que aduba o terreno para que seja então irrigado com a fonte do conhecimento, da completude.

Taís Soares